... foi o tema de um programa que acabei de ver no Odisseia. Impressionante e ao mesmo tempo surreal.
Presos a rituais, rotinas que sentem necessidade de seguir escrupulosamente, as vítimas de Desordem Obsessivo-Compulsiva vêem as suas vidas condicionadas pela reiteração de condutas e hábitos que, embora excessivos, são incapazes de evitar. Explore os meandros desta doença mental cujas origens continuam por determinar, mas que afecta profundamente a existência dos que dela padecem, bem como dos que lhe são próximos.
Foi este o ponto de partida para uma hora, sensivelmente, em que várias pessoas falaram e demonstraram o dia-a-dia de quem sofre desta doença. Testemunhos incríveis que mostraram como há pessoas isoladas da sociedade, que não se mostram na rua, mas que em casa comportam-se e vivem limitados a esta doença.
Um mulher que vivia no meio de caixas e livros, com a obsessão pela acumulação de coisas, dizia ela que se sentia segura naquele ambiente encaixotado e pouco confortável, e ao mesmo tempo uma extrema obsessão pela contaminação, o que a levava a lavar as mãos várias vezes ao dia. Pelo que percebi a paranóia da contaminação é praticamente comum a todos os que possuem esta doença, pelo menos a grande parte.
Uma rapariga, com os seus 14 anos, que não vivia sem repetir várias vezes o mesmo movimento, como por exemplo fechar e abrir a porta um determinado número de vezes, ao abrir um livro fechava-o e abria-o umas quantas vezes, porque na sua cabeça ouvia uma "tal voz" que lhe dizia que se não o fizesse iria acontecer algo de ruim.
Um homem que por exemplo ao conduzir ouvia também a "tal voz" e era obrigado a morder um x número de vezes o vidro do carro (a repetição era sempre em números pares) ou a executar uma outra ordem porque senão entrava num estado de ansiedade, que não era atenuado a não ser que fizesse o que a "tal voz" mandasse.
Um rapaz com a obsessão pela simetria e arrumação, e sabia exactamente onde se encontrava cada objecto na sua casa. Com uma rotina de extrema paciência sempre que entrava e saia de casa conferia todos os objectos de forma a constatar a sua posição, isto para verificar se tudo se mantinha no mesmo sítio, com os mesmos ângulos, com a mesma distância ao objecto do lado, com a mesma distância à parede, enfim, um 100 números pontos de referência que ele determinou de forma a controlar rigorosamente a sua casa.
E com isto apercebemo-nos de quantas pessoas diferentes de nós há no mundo, de quantas pessoas isoladas e retraídas existem, e uma coisa é comum a todas elas: todas tentam minimizar a sua doença fora das suas casas, com o objectivo de não serem chamadas e catalogadas pela sociedade de loucas.
Volta a repetir hoje (dia 8 de Março) no Odisseia às 14'00.
Presos a rituais, rotinas que sentem necessidade de seguir escrupulosamente, as vítimas de Desordem Obsessivo-Compulsiva vêem as suas vidas condicionadas pela reiteração de condutas e hábitos que, embora excessivos, são incapazes de evitar. Explore os meandros desta doença mental cujas origens continuam por determinar, mas que afecta profundamente a existência dos que dela padecem, bem como dos que lhe são próximos.
Foi este o ponto de partida para uma hora, sensivelmente, em que várias pessoas falaram e demonstraram o dia-a-dia de quem sofre desta doença. Testemunhos incríveis que mostraram como há pessoas isoladas da sociedade, que não se mostram na rua, mas que em casa comportam-se e vivem limitados a esta doença.
Um mulher que vivia no meio de caixas e livros, com a obsessão pela acumulação de coisas, dizia ela que se sentia segura naquele ambiente encaixotado e pouco confortável, e ao mesmo tempo uma extrema obsessão pela contaminação, o que a levava a lavar as mãos várias vezes ao dia. Pelo que percebi a paranóia da contaminação é praticamente comum a todos os que possuem esta doença, pelo menos a grande parte.
Uma rapariga, com os seus 14 anos, que não vivia sem repetir várias vezes o mesmo movimento, como por exemplo fechar e abrir a porta um determinado número de vezes, ao abrir um livro fechava-o e abria-o umas quantas vezes, porque na sua cabeça ouvia uma "tal voz" que lhe dizia que se não o fizesse iria acontecer algo de ruim.
Um homem que por exemplo ao conduzir ouvia também a "tal voz" e era obrigado a morder um x número de vezes o vidro do carro (a repetição era sempre em números pares) ou a executar uma outra ordem porque senão entrava num estado de ansiedade, que não era atenuado a não ser que fizesse o que a "tal voz" mandasse.
Um rapaz com a obsessão pela simetria e arrumação, e sabia exactamente onde se encontrava cada objecto na sua casa. Com uma rotina de extrema paciência sempre que entrava e saia de casa conferia todos os objectos de forma a constatar a sua posição, isto para verificar se tudo se mantinha no mesmo sítio, com os mesmos ângulos, com a mesma distância ao objecto do lado, com a mesma distância à parede, enfim, um 100 números pontos de referência que ele determinou de forma a controlar rigorosamente a sua casa.
E com isto apercebemo-nos de quantas pessoas diferentes de nós há no mundo, de quantas pessoas isoladas e retraídas existem, e uma coisa é comum a todas elas: todas tentam minimizar a sua doença fora das suas casas, com o objectivo de não serem chamadas e catalogadas pela sociedade de loucas.
Volta a repetir hoje (dia 8 de Março) no Odisseia às 14'00.