Sei de alguém
Por demais envergonhado
Que por ser tão desajeitado
Nunca foi capaz de falar
Só que hoje
Viu o tempo que perdeu
Sabes esse alguém sou eu
E agora eu vou-te contar
Sabes lá
O que é que eu tenho passado
Estou sempre a fazer-te sinais
E tu não me tens ligado
E aqui estou eu
A ver o tempo a passar
A ver se chega o tempo
De haver tempo para te falar
Eu não sei
O que é que te hei-de dar
Nem te sei
Inventar frases bonitas
Mas aprendi uma ontem
Só que já me esqueci
Então olha gosto muito de ti
Podes crer
Que à noite o sono é ligeiro
Fico á espera o dia inteiro
Para poder desabafar
Mas como sempre
Chega a hora da verdade
E falta-me o á vontade
Acabo por me calar
Falta-me jeito
Ponho-me a escrever e rasgo
Cada vez a tremer mais
E ás vezes até me engasgo
Nada a fazer
É por isso que eu te conto
É tarde para não dizer
Digo como sei e pronto
Eu não sei
O que é que te hei-de dar
Nem te sei
Inventar frases bonitas
Mas aprendi uma ontem
Só que já me esqueci
Então olha gosto muito de ti
Quadrilha
domingo, julho 29, 2007
quinta-feira, julho 26, 2007
A Consciência....
... é uma coisa fabulosa. Realmente. Uma capacidade inata que para mim é o melhor que o Homem tem. Sem dúvida. Às vezes, temos a capacidade de sobrepor o instinto à consciência, através de actos irreflectidos que podem ou não ser bons. Com a consciência as coisas funcionam de uma forma ligeiramente diferente, a consciência faz-nos pensar e analisar o que está certo e errado. Quando ela não tem a capacidade para se impor, deixamos de reagir conscientemente. Isto torna-se um equilíbrio. Há decisões que convém não serem muito pensadas e repensadas, e o melhor é agir e pronto, enquanto que há outras que têm mesmo a necessidade de serem reflectidas.
Agradeço à consciência, agradeço mesmo. Agradeço por ela estar a funcionar tão bem e ontem ter falado mais alto.
Agradeço à consciência, agradeço mesmo. Agradeço por ela estar a funcionar tão bem e ontem ter falado mais alto.
quarta-feira, julho 25, 2007
É Preciso...
É preciso... voltar a pensar
É preciso... voltar a falar
É preciso saber mais para escolher
Escolher melhor a forma de viver
Não devemos achar que o mundo está contra nós
Não podemos ficar à espera do que não vem só por si
É preciso... voltar a sonhar
É preciso fazer mais e construir
Não devemos achar que os outros estão contra nós
Mas devemos seguir as ordens de quem não tem amor para dar
É tempo de avançar, é tempo de saber decidir quem nós queremos ser
É preciso...
É preciso...
Não devemos achar que o mundo está contra nós
Não devemos ficar à espera do que não vem só por si
É tempo de avançar, é tempo de saber decidir quem nós queremos ser
É tempo de avançar, é tempo de saber decidir quem nós queremos ser
Delfins
É preciso... voltar a falar
É preciso saber mais para escolher
Escolher melhor a forma de viver
Não devemos achar que o mundo está contra nós
Não podemos ficar à espera do que não vem só por si
É preciso... voltar a sonhar
É preciso fazer mais e construir
Não devemos achar que os outros estão contra nós
Mas devemos seguir as ordens de quem não tem amor para dar
É tempo de avançar, é tempo de saber decidir quem nós queremos ser
É preciso...
É preciso...
Não devemos achar que o mundo está contra nós
Não devemos ficar à espera do que não vem só por si
É tempo de avançar, é tempo de saber decidir quem nós queremos ser
É tempo de avançar, é tempo de saber decidir quem nós queremos ser
Delfins
Prosa Para O Futuro.
Deixei de achar que seria de esperar achar que o mundo acha que há coisas mais importantes que achar que todos os nossos sonhos, que achamos que são o melhor para nós, serão realizáveis.
As expectativas que idealizamos, que acomodamos ao pensamento, deixam-me a mente com irritabilidade.
Aquele conceito de deixar as coisas andar, que sempre me caracterizaram, voltam a fazer sentido.
Aproveitar o que temos e esquecer o que não temos, é o melhor que se faz.
As expectativas que idealizamos, que acomodamos ao pensamento, deixam-me a mente com irritabilidade.
Aquele conceito de deixar as coisas andar, que sempre me caracterizaram, voltam a fazer sentido.
Aproveitar o que temos e esquecer o que não temos, é o melhor que se faz.
terça-feira, julho 24, 2007
Memórias.
"... dei comigo a pensar que a mente não é bom sítio para se guardar memórias. Misturadas com outras, modificam-se ou desvanecem-se. É preferível uma coisa exterior, com vida própria. Um adulto, uma criança, um animal. Um ser vivo capaz de nos devolver, num relance, uma recordação importante. A cabeça não é de fiar. Transforma o que regista, segundo as suas conveniências. Recriando, rescrevendo, negando por vezes. Até ao ponto de nos sentirmos vazios, principiantes. Afinal tudo nos escapa, tudo se esvai. E o que fica, no fim? Esta ideia errada, mas persuasiva, de que nada existiu realmente. Não há testemunhas da nossa experiência e da nossa coragem. Foi tudo um desperdício e a vida não valeu a pena.
É falso, mas tão convincente que desespera."
Rita Ferro,
Não me contes o fim.
É falso, mas tão convincente que desespera."
Rita Ferro,
Não me contes o fim.
quarta-feira, julho 18, 2007
A Propósito.
Devo estar naquela fase de poucas exigências, da clara, e eventualmente confusa, situação de falta de moral. Tenho notado que a minha justificação para o que me acontece ultimamente varia entre o "não tenho moral para falar" e o "não posso exigir nada a ninguém". Será que as coisas serão mesmo assim? Ou será que me dá jeito dizer isto? Verdade seja dita que me simplifica demasiado as coisas...
Parto do principio que moral temos sempre, e em relação à exigência, se no fundo exigem de mim, porque não posso exigir também? Tem uma certa lógica, no entanto, é um pouco confuso, diria mesmo incompreensível.
Não sei, mas hoje estou naqueles dias em que me pergunto "p'ra quê?" e ainda acrescento "realmente vivo mesmo num mundo ilusório e demasiado esperançoso".
Acabei de ler um texto de Friedrich von Novalis, que se chama Vence a Tua Inércia! que vou partilhar.
O destino que nos oprime é a inércia do nosso espírito. Através do alargamento e formação da nossa actividade transmutamo-nos, nós próprios, em Destino.
Tudo parece fluir para nós vindo do exterior, porque nós não fluímos para o exterior. Somos negativos, apenas, porque o queremos - quanto mais positivos nos tornarmos, mais negativo será o mundo à nossa volta - até que, por fim, já não haverá negação e nós seremos tudo em tudo.
Deus quer deuses.
Se o nosso corpo, em si mesmo, não é senão um centro de acção comum dos nossos sentidos - se nós possuímos o domínio dos nossos sentidos - se os podemos fazer agir à vontade - se os podemos centrar em comunidade, então não depende senão de nós o darmos a nós próprios o corpo que queremos.
Sim, se os nossos sentidos não são senão modificações do órgão pensante - do elemento absoluto - então poderemos, também, pela dominação deste elemento, modificar e dirigir, como nos agradar, os nossos sentidos.
Parto do principio que moral temos sempre, e em relação à exigência, se no fundo exigem de mim, porque não posso exigir também? Tem uma certa lógica, no entanto, é um pouco confuso, diria mesmo incompreensível.
Não sei, mas hoje estou naqueles dias em que me pergunto "p'ra quê?" e ainda acrescento "realmente vivo mesmo num mundo ilusório e demasiado esperançoso".
Acabei de ler um texto de Friedrich von Novalis, que se chama Vence a Tua Inércia! que vou partilhar.
O destino que nos oprime é a inércia do nosso espírito. Através do alargamento e formação da nossa actividade transmutamo-nos, nós próprios, em Destino.
Tudo parece fluir para nós vindo do exterior, porque nós não fluímos para o exterior. Somos negativos, apenas, porque o queremos - quanto mais positivos nos tornarmos, mais negativo será o mundo à nossa volta - até que, por fim, já não haverá negação e nós seremos tudo em tudo.
Deus quer deuses.
Se o nosso corpo, em si mesmo, não é senão um centro de acção comum dos nossos sentidos - se nós possuímos o domínio dos nossos sentidos - se os podemos fazer agir à vontade - se os podemos centrar em comunidade, então não depende senão de nós o darmos a nós próprios o corpo que queremos.
Sim, se os nossos sentidos não são senão modificações do órgão pensante - do elemento absoluto - então poderemos, também, pela dominação deste elemento, modificar e dirigir, como nos agradar, os nossos sentidos.
segunda-feira, julho 16, 2007
O Milagre da Vida
Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Albert Einstein
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Albert Einstein
"Quando alguém procura pode acontecer que os seus olhos vejam apenas a coisa que ele procura, que não permitam que ele a encontre porque ele pensa sempre e apenas naquilo que procura, porque ele tem um objectivo, porque esta possuído por esse objectivo. Procurar significa ter um objectivo. Mas encontrar significa ser livre, manter-se aberto, não ter objectivos."
Tirado directamente do hi 5 da Cátia.
Tirado directamente do hi 5 da Cátia.
domingo, julho 15, 2007
Odeio.
Hoje odeio o mundo, odeio tudo o que me rodeia. Detesto.
Sinto o coração a fervilhar de raiva, a pele a entrelaçar-se de desgosto.
Um sentimento de fúria que faz com que a mente se revolte contra tudo e todos.
Odeio, simplesmente.
E a ânsia que tudo passe e volte ao que era, preenche-me os sentidos.
Não é justo tratarem-me assim, não é.
É cruel, diria mesmo... desumano.
Ninguém, nem tão pouco a pessoa que mais odeio no mundo, merece.
Vá-se lá perceber o que o Homem quer, vá-se lá entender as necessidades de humilhação, vá-se lá entender os sentimentos.
Para lá de dizer que quero que tudo passe fica o que sentimento de que nada se aprende, e continuo a insistir... nada se ganha, tudo se perde.
A Lei da Natureza hoje foi quebrada, amanhã logo se vê.
Sinto o coração a fervilhar de raiva, a pele a entrelaçar-se de desgosto.
Um sentimento de fúria que faz com que a mente se revolte contra tudo e todos.
Odeio, simplesmente.
E a ânsia que tudo passe e volte ao que era, preenche-me os sentidos.
Não é justo tratarem-me assim, não é.
É cruel, diria mesmo... desumano.
Ninguém, nem tão pouco a pessoa que mais odeio no mundo, merece.
Vá-se lá perceber o que o Homem quer, vá-se lá entender as necessidades de humilhação, vá-se lá entender os sentimentos.
Para lá de dizer que quero que tudo passe fica o que sentimento de que nada se aprende, e continuo a insistir... nada se ganha, tudo se perde.
A Lei da Natureza hoje foi quebrada, amanhã logo se vê.
sábado, julho 14, 2007
Confuso.
Volta e meia vejo um pequeno arraial, piroso, bem piroso, à minha frente.
E eu que até gosto de festa, desta não gosto.
Ora bota aí música maneirinha que esta não se suporta.
E depois lá vem aquela música que se gosta e lá se balança ao som dela.
Chama-se Holdin' On do Citizen Cope... e dá para sobrevoar os sentimentos, dá para tudo, esta música... completa-me os desejos.
Não foi hoje, não será amanhã, talvez seja em outros luares...
E eu que até gosto de festa, desta não gosto.
Ora bota aí música maneirinha que esta não se suporta.
E depois lá vem aquela música que se gosta e lá se balança ao som dela.
Chama-se Holdin' On do Citizen Cope... e dá para sobrevoar os sentimentos, dá para tudo, esta música... completa-me os desejos.
Não foi hoje, não será amanhã, talvez seja em outros luares...
sexta-feira, julho 13, 2007
Na Terra do Nunca...
Na Terra do Nunca não existem insatisfações, existem os nunca's: nunca fui infeliz, nunca perdi, nunca deixei de sonhar, nunca desisti, nunca...
Na Terra do Nunca existem sonhos, desejos, amor, felicidade.
Há tempo! Há muito tempo.
Lá, para além do que vemos, temos espaço, temos quem queremos e estamos onde queremos. Nada é imposto, nada.... vive-se e pronto.
Na Terra do Nunca há coisas para se descobrir, há a vontade de ser descoberto.
Na Terra do Nunca o crescer não é visível, o crescer está dentro de nós. Nada envelhece, mas o nosso coração cresce.
Na Terra do Nunca há amor, amor que nunca mais acaba, há amor, amor... recebido e oferecido.
Para lá do que se quer, existe a humildade de receber o pouco, de apreciar o sincero, de querer o honesto.
Não há a ânsia de querer copiar, simplesmente não se consegue ver.
Um dia é passado como o meu, hoje, um dia é passado sem nunca querer mais que o que já se tem.
Na Terra do Nunca passamos a gostar do que não gostávamos, passamos a apreciar o que odiávamos, passamos a querer ainda mais o que já tínhamos e simplesmente aproveitamos isso.
Afinal onde é a Terra do Nunca?
A Terra do Nunca é onde nós queremos, é onde nós idealizamos, a Terra do Nunca fazemos nós.
Para lá do que se tem, já dizia o velho amigo: põe de lado o cheiro, a cor, põe de lado tudo o que tu gostas e a partir de hoje começa a reparar melhor naquilo que não gostas... depois conta-me o resultado final!
Na Terra do Nunca existem sonhos, desejos, amor, felicidade.
Há tempo! Há muito tempo.
Lá, para além do que vemos, temos espaço, temos quem queremos e estamos onde queremos. Nada é imposto, nada.... vive-se e pronto.
Na Terra do Nunca há coisas para se descobrir, há a vontade de ser descoberto.
Na Terra do Nunca o crescer não é visível, o crescer está dentro de nós. Nada envelhece, mas o nosso coração cresce.
Na Terra do Nunca há amor, amor que nunca mais acaba, há amor, amor... recebido e oferecido.
Para lá do que se quer, existe a humildade de receber o pouco, de apreciar o sincero, de querer o honesto.
Não há a ânsia de querer copiar, simplesmente não se consegue ver.
Um dia é passado como o meu, hoje, um dia é passado sem nunca querer mais que o que já se tem.
Na Terra do Nunca passamos a gostar do que não gostávamos, passamos a apreciar o que odiávamos, passamos a querer ainda mais o que já tínhamos e simplesmente aproveitamos isso.
Afinal onde é a Terra do Nunca?
A Terra do Nunca é onde nós queremos, é onde nós idealizamos, a Terra do Nunca fazemos nós.
Para lá do que se tem, já dizia o velho amigo: põe de lado o cheiro, a cor, põe de lado tudo o que tu gostas e a partir de hoje começa a reparar melhor naquilo que não gostas... depois conta-me o resultado final!
terça-feira, julho 10, 2007
Saudades....
Tenho saudades...
... de acordar a meio da noite com o telemóvel a vibrar.
... de sair do messenger e ficar a falar em offline.
Tenho saudades...
... de um "simmmmmmmmmmmm" gigante.
... de rir até doer a barriga.
... de ir à praia com os amigos todos juntos.
Tenho saudades...
... do tempo em que não pensava e agia.
... do tempo em que não estava confusa.
... do tempo em que achava que tudo era simples.
Tenho saudades...
... de um abraço.
... de um carinho.
... de um "adoro-te".
Tenho saudades...
... de estar com a pessoa de quem gosto.
... de achar que todos gostam de nós.
... de não chorar.
Tenho saudades...
... das conversas na Fonte da Telha.
... de estar uma tarde ao sol numa esplanada sem preocupações.
... de não pensar.
Tenho saudades...
... de velhos amigos.
... de conversas profundas e existencialistas.
... de receber e escrever cartas.
Tenho saudades...
... de comprar cd's.
... jogar vólei e futebol em todos os intervalos na escola.
... de dizer "Sra. Contina é preciso mais giz".
Tenho saudades...
... das refeições a 1,2o€.
... de passear à beira-mar à noite.
... de desenhar as flores da minha varanda.
Tenho saudades...
... de comer Charlotte.
... brincar na rua com gente conhecida e desconhecida.
... de andar de bicicleta.
Tenho saudades...
... de dizer um "gosto muitooooooooooooooooo de ti" e sorrir.
... da minha mãe a coçar-me as costas à noite.
... de ir brincar para a Verdizela.
Tenho saudades...
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca
... de acordar a meio da noite com o telemóvel a vibrar.
... de sair do messenger e ficar a falar em offline.
Tenho saudades...
... de um "simmmmmmmmmmmm" gigante.
... de rir até doer a barriga.
... de ir à praia com os amigos todos juntos.
Tenho saudades...
... do tempo em que não pensava e agia.
... do tempo em que não estava confusa.
... do tempo em que achava que tudo era simples.
Tenho saudades...
... de um abraço.
... de um carinho.
... de um "adoro-te".
Tenho saudades...
... de estar com a pessoa de quem gosto.
... de achar que todos gostam de nós.
... de não chorar.
Tenho saudades...
... das conversas na Fonte da Telha.
... de estar uma tarde ao sol numa esplanada sem preocupações.
... de não pensar.
Tenho saudades...
... de velhos amigos.
... de conversas profundas e existencialistas.
... de receber e escrever cartas.
Tenho saudades...
... de comprar cd's.
... jogar vólei e futebol em todos os intervalos na escola.
... de dizer "Sra. Contina é preciso mais giz".
Tenho saudades...
... das refeições a 1,2o€.
... de passear à beira-mar à noite.
... de desenhar as flores da minha varanda.
Tenho saudades...
... de comer Charlotte.
... brincar na rua com gente conhecida e desconhecida.
... de andar de bicicleta.
Tenho saudades...
... de dizer um "gosto muitooooooooooooooooo de ti" e sorrir.
... da minha mãe a coçar-me as costas à noite.
... de ir brincar para a Verdizela.
Tenho saudades...
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!
Florbela Espanca
domingo, julho 08, 2007
Encosta-te a Mim
Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.
Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim
Jorge Palma
sexta-feira, julho 06, 2007
Boletim Meteorológico
Eu tenho um certo gozo em ver-te contente
já sei que o meu sentimento é banal
mas nem por isso o que eu te digo
a meu ver é menos importante
Ás vezes apetece-me oferecer-te um presente
mas nem sempre calha
e quando calha é quase sempre
aparentemente insignificante
Por exemplo gostava de te dar uma paisagem
com camelos e mar ao fundo
maravilhosa e serena
tranquilamente estimulante
Mas como pintor sou um desastre
e como economista ainda mais decepcionante
mesmo assim eu insisto em fazer parte
do teu mundo
O boletim meteorológico anunciou calor
não vou duvidar
faz sentido no meu sistema solar
Imagina que sou um ilusionista
que arranca coisas do chão, do chapéu, do coração
talvez assim vejas em mim um homem novo
todo elegante
O que na verdade sou e a verdade
pode ser elevada à coisa sonhada
reinventada por muito se querer
e eu quero ser o teu amante
Desta vez vou construir uma cama de espuma
adequada à função de voar
com limpa pára-nuvens
mesmo à altura do teu olhar
Se for preciso um pára-quedas arranjam-se
uns milagres em bom estado prontos a usar
se achares que não valeu a pena, aí lamento
mas não posso mesmo concordar
O boletim meteorológico anunciou calor
não vou duvidar
faz sentido no meu sistema solar
já sei que o meu sentimento é banal
mas nem por isso o que eu te digo
a meu ver é menos importante
Ás vezes apetece-me oferecer-te um presente
mas nem sempre calha
e quando calha é quase sempre
aparentemente insignificante
Por exemplo gostava de te dar uma paisagem
com camelos e mar ao fundo
maravilhosa e serena
tranquilamente estimulante
Mas como pintor sou um desastre
e como economista ainda mais decepcionante
mesmo assim eu insisto em fazer parte
do teu mundo
O boletim meteorológico anunciou calor
não vou duvidar
faz sentido no meu sistema solar
Imagina que sou um ilusionista
que arranca coisas do chão, do chapéu, do coração
talvez assim vejas em mim um homem novo
todo elegante
O que na verdade sou e a verdade
pode ser elevada à coisa sonhada
reinventada por muito se querer
e eu quero ser o teu amante
Desta vez vou construir uma cama de espuma
adequada à função de voar
com limpa pára-nuvens
mesmo à altura do teu olhar
Se for preciso um pára-quedas arranjam-se
uns milagres em bom estado prontos a usar
se achares que não valeu a pena, aí lamento
mas não posso mesmo concordar
O boletim meteorológico anunciou calor
não vou duvidar
faz sentido no meu sistema solar
Jorge Palma
quinta-feira, julho 05, 2007
Trago em mim um desejo incompleto de magia e atitude, uma cruel dinastia que culmina com o desdém, onde corre com todo o sentido insignificante e orgulho subtil que desfaz vontades e constrói desencontros. Fiz velhos amigos na caminhada inteligente percorrendo caminhos lamacentos e repletos de impossibilidades. Uma fase que termina com a chegada e começa com o fim, um ciclo, diriam os mais sábios construtores de mentalidades e princípios. Definir o impulso nervoso fomentado por paixões, uma nostalgia entranhada nas origens mais profundas de uma pessoa. Torna-te amigo de um desconhecido, diz uma música insegura de si, feita por meias medidas e pontos fracos, não faças o que ela diz, procura o simples motivo que te leva a sorrir, procura na mente o esconderijo da perspicácia ágil e exigente que te mostra a tua própria enciclopédia.
Na Floresta do Alheamento
Num torpor lúcido, pesadamente incorpóreo, estagno, entre o sono e a vigília, num sonho que é uma sombra de sonhar. Minha atenção bóia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um mar e a profundeza de um céu; e estas profundezas interpenetram-se, misturam-se, e eu não sei onde estou nem o que sonho.
(...)
Ó felicidade baça!... O eterno estar no bifurcar dos caminhos!... Eu sonho e por detrás da minha atenção sonha comigo alguém. E talvez eu não seja senão um sonho desse Alguém que não existe...
(...)
Nós sabíamos ali, por uma intuição que por certo não tínhamos, que este dolorido mundo onde seríamos dois, se existia, era para além da linha extrema onde as montanhas são hálitos de formas, e para além dessa não havia nada.
(...)
Ali vivemos horas cheias de um outro sentimo-las, horas de uma imperfeição vazia e tão perfeitas por isso, tão diagonais à certeza rectângula da vida. Horas imperiais depostas, horas vestidas de púrpura gasta, horas caídas nesse mundo de um outro mundo mais cheio do orgulho de ter mais desmanteladas angústias...
E doía-nos gozar aquilo, doía-nos... Porque, apesar do que tinha de exílio calmo, toda essa paisagem nos sabia a sermos deste mundo, toda ela era húmida da pompa de um vago tédio, triste e enorme e perverso como a decadência de um império ignoto...
(...)
Livro do Desassossego por Bernardo Soares.
(...)
Ó felicidade baça!... O eterno estar no bifurcar dos caminhos!... Eu sonho e por detrás da minha atenção sonha comigo alguém. E talvez eu não seja senão um sonho desse Alguém que não existe...
(...)
Nós sabíamos ali, por uma intuição que por certo não tínhamos, que este dolorido mundo onde seríamos dois, se existia, era para além da linha extrema onde as montanhas são hálitos de formas, e para além dessa não havia nada.
(...)
Ali vivemos horas cheias de um outro sentimo-las, horas de uma imperfeição vazia e tão perfeitas por isso, tão diagonais à certeza rectângula da vida. Horas imperiais depostas, horas vestidas de púrpura gasta, horas caídas nesse mundo de um outro mundo mais cheio do orgulho de ter mais desmanteladas angústias...
E doía-nos gozar aquilo, doía-nos... Porque, apesar do que tinha de exílio calmo, toda essa paisagem nos sabia a sermos deste mundo, toda ela era húmida da pompa de um vago tédio, triste e enorme e perverso como a decadência de um império ignoto...
(...)
Livro do Desassossego por Bernardo Soares.
quarta-feira, julho 04, 2007
segunda-feira, julho 02, 2007
domingo, julho 01, 2007
A coragem de Pessoa.
Abri a secretária e tinha pendurado com fita-cola amarela um recorte de jornal, um recorte que fez sentido quando o encontrei.
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
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