quinta-feira, dezembro 21, 2006


Posso até ter escondido de meio mundo todos os meus pensamentos e ter desperdiçado mais que uma oportunidade, situação que me leva a uma monotonia extrema. Mas hoje a sinceridade entrou pelo meu coração (deve ser do espírito natalício que me invade todos os dias, ou a falta dele) e não tentando divagar, vou um pouco directa ao assunto. Hoje sinto falta, sinto falta de conversas alucinantes em que há qualquer coisa que me distancia da meta, e lá está, o pensamento resultante disso leva-me ao ponto de partida novamente. Cena marada, o amor, e mais marado é quando achamos que não há um único, nem um único, pronto para nos dar aquele aconchego. É que para quem não sabe faz falta, não sei, digo eu.

Acho que ninguém precisa de esconder o que sente, já lá vai o tempo em que esta sociedade era de ditadura aguda em que seres alucinantes (hoje desencantei o alucinante do meu vocabulário) escondiam para eles e só para eles, o que sentiam, mas se calhar o amor nessa altura tinha mais essência. Mas o amor, hoje em dia, continua a ter qualquer coisa de especial. Tem não tem?

Hoje sinto-me um pouco, mas só um pouco, confusa com a questão: porque é que as pessoas são tão diferentes? E não é por mal, mas se calhar sou tão egocêntrica que hoje apetecia-me que um homem bastante parecido comigo entrasse pela porta da minha casa, quando digo bastante parecido digo com os mesmos objectivos, com os mesmos pensamentos, mas só hoje, porque iria acabar por me fartar dessa pessoa. Mas se uma pessoa depois é tão diferente da outra, as conversas não têm sentido, não têm nada de peculiar. Que estranho.